Amor Sob A Lua de Ouro
– O Iníci
riz se recusa a aceitar que a vida dela será assim para sempre. Ela tem esperança de que algo, em algum momento, mudará. - Eu vou sair agora, mãe. Quando voltar, faço o almoço - diz Beatriz, pegando sua bolsa e saindo apressada. Ela caminha pelas ruas movimentadas, ainda na periferia da cidade, onde os carros raramente param e o asfalto está marcado pelas irregularidades da negligência. As pessoas correm de um lado para o outro, cada uma com suas próprias preocupações, mas Beatriz é invisível para todos. Ela anda apressada, equilibrando a cesta de pães e doces que ela mesma fez, e começa a se posicionar na praça central para começar seu trabalho. Os clientes são escassos, mas ela continua sorrindo, tentando vender o que pode para garantir que a mãe tenha o que precisa. O calor do meio-dia a atinge com força, e Beatriz começa a suar. Ela olha ao redor e observa os rostos apressados das pessoas que passam, todas com roupas novas, sapatos caros, e uma expressão de distanciamento que parece cada vez mais real para ela. Cada vez mais, ela sente que está vivendo em um mundo que não a pertence, um mundo onde ela é apenas uma figurante. E, no entanto, a luta dela continua. - Quanto custa o pão, moça? - pergunta um senhor idoso, interrompendo seus pensamentos. - Cinco reais, senhor - responde Beatriz com um sorriso simpático, como se não sentisse o peso da frustração que insiste em apertar seu peito. Ela sente uma pontada no peito, mas não pode demonstrar fraqueza. O senhor compra o pão, e ela sente uma leve sensação de vitória. Cada venda é um pequeno passo para a sobrevivência. O dia segue lento. Às vezes, alguém a olha com piedade, mas ela não precisa disso. Não precisa da ajuda de ninguém, nem das palavras vazias que as pessoas às vezes dizem. Ela só precisa de trabalho, de um caminho que possa seguir para sair da miséria que parece ser sua eterna companhia. À medida que a tarde vai avançando, a praça vai esvaziando. Beatriz já está começando a se perguntar se seria melhor tentar vender suas mercadorias em outro lugar, quando algo inesperado acontece. Um homem alto e bem vestido aparece na sua frente. Ele é diferente de todos os outros, com seu terno impecável e olhar atento. Ele a observa por um momento antes de se aproximar, e Beatriz, embora surpreendida, tenta não demonstrar a tensão que sente em s