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A Illustre Casa de Ramires

Chapter 8 No.8

Word Count: 6315    |    Released on: 06/12/2017

ao sahir do banho, uma carta do Castanheiro. Era curta:-e declarava ao amigo Gon?alo que, se em meado de Outubro n?o chegassem a Lisboa tres Capitulos do original, elle,

e, onde se encontram nada menos que Luiz XI de Fran?a, e o nosso pobre Affonso V, e Pero da Covilhan que o acompanhava, e outros figur?es de rija estatura historica. Imagine!... Está claro, o c

a carta, grit

rte, com torradas. Hoje só almo?o t

sua chegada a Lisboa, quando para a influencia Politica e para o prestigio social necessitava d'esse brilho que, segundo o velho Vigny, ?uma penna de a?o accrescenta a um elmo dourado de Fidalgo...? Felizmente, n'essa luminosa manh? em que as agoas da horta fartamente cantavam, elle sentia tamb

?o do Bastardo surgindo á borda da Ribeira do Coice entre o coriscar de lan?as empinadas, passando a antiga ponte de madeira, e, um momento sumido na verdura dos alamos, de novo avan?ando, alto e tendido,

elho esgalgado e agil, d'escuro car?o rapado, com uns miudos olhos coruscantes-que merecêra a alcunha de Sabedor pela viveza e succulencia do seu dizer, as suas infinitas manhas de guerra, e a prenda de fallar latim mais doutamente que um Clerigo da Curia. Convocado por Tructezindo, como os outros parentes de solar, para engrossar a mesnada dos Ramires em servi?o das infantas, corrêra logo a Santa Ireneia fielmente com o seu pequeno poder de dez lan?as-come?ando por saquear no caminho a herda

es! o Bastardo de Bay?o passou a Ribeira,

essando a m?o cabelluda, cerrada com sanha,

vem que nos poupa caminho! Hein, Garc

o, correra um Coudel de Besteiros, que gritou

iro! E um cavalleiro mo?o, com um ramo verde, es

l embaixada mandada por tal vill?o...-Mas Garcia Viegas, que d'um so

uso e lei d'aquem e d'além serras, semp

e vós fóra ás barreiras com duas l

s, de lan?a ao hombro, recolhendo d'alguma rolda, conversavam com o armeiro, que sarapintár

nho. Lan?a direita, e commigo ás

cada, sem relva ou arvore, onde se erguiam ainda as traves carcomidas d'uma antiga forca, e se amontoavam agora, para os concertos da Alca?ova, ripas de madeira, e grossas cantarias lavra

s! e a que vindes! e qu

renamente, entalando o ramo entre o coxote e o ar??o, arqueou tambe

ada... Mas o Snr. D. Lopo ficou além ao Cruzeiro, e deseja que o nobre sen

erna abobadada da torre albarran,

atar o resgate do Sn

rosn

o fe

como a cauda d'um corcel. Do cintur?o tauxeado de prata pendia a um lado o punhal recurvo, a bozina de marfim-ao outro uma espada g?da, de folha larga, com alto punho dourado onde scintillava uma pedra rara trazida outr'ora da Palestina por Gutierres Ramires, o d'Ultramar. Um sergente conduzia sobre uma almofada de co

peixe fabuloso, de escamas que reluziam. Como o sol se acercava da margella do Po?o grande, marcando a hora da arrancada sobre Monte-mór-já, dos fundos alpendres que escondiam os campos do tavolado, os cavallari?os puxavam os ginetes de guerra, com as suas altas sellas pregueadas de prata, as ancas e os peitos resguardados por coberturas de couro franjado que rojavam nas lagens. Por todo o Castello se espalhára que o Bastardo, depois da lide fatal aos Ramires, correra de Canta-Pedra, amea?ava a Honra:-e debru?ados dos passadi?os que ligavam a muralha aos

Snr. Bastardo espera ao Cruzeiro... E pede q

o velho. E com quantos quei

edor, sempre avisado, co

vós á tranqueira antes que eu me assegure

cairellada d'ouro, Lopo de Bay?o despegou do denso tro?o de cavalleiros, com a viseira erguida, sem lan?a ou ascuma de monte, e ociosas sobre o ar??o da sella mourisca as m?os onde se enrodilhavam as bridas de couro escarlate. Depois, a um toque arrastado de buzina, avan?ou para as barbacans da Honra, vagarosamente, como se acompanhasse um sahimento. N?o movera o seu pend?o amarello e negro. Apenas seis infan??es o escoltavam, tambem sem lan?a ou

to amára, que t?o bem ensinára a ter?ar lan?as e a treinar falc?es. E cerrando os punhos, gritando surdamente-?Bem prestos! bésteiros, bem prestos!?-desceu a escura

Louren?o está deante das barreira

Rico Homem-até ao escad?o de madeira que se empurrava contra a quadrella das barbacans. E, quando o enorme velho surdio no e

face de Claro-sol, onde as barbas anelladas, cahindo nas solhas do arnez, rebrilhavam como ouro novo. Vergando o capello d'ourop

ara vos pedir que entre nós findem estes homizios e estas feias brigas que malbaratam sangue de bons Christ?os... Senhor Tructesindo Ramires, como vós venho de Reis. De D. Affonso de Portugal recebi a pranchada de Cavalleiro.

obre os hombros dos besteiros

, me

o velho Tructesindo retomou o brado-que por todo o

es de mim, te r

lo repux?o das rédeas, o seu fouveiro recuou alteando a testeira dourada. Mas, a um novo arremesso,

do Ramires, n?o

o, sem desprender os bra?os de sobre o levantado peito, na sua rija i

guante contra o muro da barbac

ás n'este instante essa mulher que eu quero e que me quer, sem filho ficas, que po

rgulho, um impeto sobrehumano, em que cresceu como outra escura

seja puro, n?o vil como o teu, o ferr

da faiscava, como se uma colera heroica tambem a animasse. E no mesmo relance, com um urro, um salto do ginete, o Bastardo, debru?ado do a

ava agarrado ás crinas da mula. N'uma curta desfilada o Bastardo, os seis cavalleiros, gritando o alarme, mergulharam no arraial que estacára ao Cruzeiro. Um tumulto remoinhou em torno ao devoto p

as se empurravam desesperadamente para recolher o corpo de Louren?o Ramires. E Garcia Viegas, os outros parentes, galgaram ao eirado da barbacan, d'onde Tructesindo se n?o arredára, rigido e mudo, fitando as andas e seu filho estatelado com ellas sobre o terreiro da sua Honra. Quando, ao rumor, elle pesadamente se voltou-todos emm

filho, que a alma ainda hoje, p

o??o-e baixou pela gasta escada de madeira, que rangia

sobre toros-d'onde, aos domingos, com o adanel dos besteiros, Louren?o dirigia os jogos de bésta e frecha, distribuindo fartamente as recompensas de bolos de mel e de vinho em picheis. Sobre essas taboas o estiraram-recuando todos depois, em quanto aterradamente se benziam. Um cavalleiro de Briteiros, temendo por aquella alma desamparada e sem confiss?o, correra á capella da Alca?ova procurar Frei Muncio. Outros, rodeando toda a muralha até ao Baluarte-Velho, gritavam, com dese

efecida m?o que pendia; e, junto á face manchada de sangue e terra, segredou, de alma para alma, n'um abafado murmurio, que n?o era de despedida mas d'alguma suprema promessa, e que findou n'um beijo de

es, a cavallo, e

e, os cavallari?os da carga amarravam sobre o dorso das mulas os caixotes do almazem, os alforges da trebalha. Pelas portas baixas da cosinha, pe?es e sergentes, antes de largar, bebiam á pressa uma conca de cerveja. E no campo das bar

dail resoára por toda a cerca-ala! ala! De cima de um marco de pedra, junto ao postigo do barbacan, Frei Muncio estendia as magras m?os ainda tremulas, aben?oava a hoste. Ent?o Tructesi

r, se em tres dias, de sol a sol, ainda restar

nd?o solto,-em quanto, na torre d'Almenara, sob o parado explend

releu este Capitulo de sangue e furor sobre que se esfalf

Padre Sueiro forneceria talvez algum tra?o novo, bem Affonsino, que mais avivasse aquella resurrei??o da Honra de Santa-Ireneia e dos seus senhores formidaveis. Immediatamente resolveu partir de manh? para Oliveira com o seu trabalho-que, d

nsportar a Obra amada-quando o Bento empurrou a porta, ajou

pres

ente...

osa, das

ra

ta, que vem pr

don?a:-?Hontem ao jantar contei quanto o primo Gon?alo gosta de pêcegos sobretudo aboborados em vinho, e a Annica toma por isso a liberdade de lhe mandar esse cestinho de pêcegos d

... Deixa ahi sob

á para a copa, Snr. Dr., par

sobre a

olhas de parra. Levemente desconsolado, cheirou um pêcego. Depois considerou que os pêcegos, arranjados por ella, com parra que ella apanhára na latada, sob toalha que ella es

va:-?O Rio-Manso! Que me quererá esse casmurro??-Na sala, pousado á beira do canapé de velludo verde e esfregando os joelhos, o Visconde contou que de volta de Villa Clara e deante do port?o da Torre vencera o seu teimoso acanhamento para

Regenerador... Mas ent?o! Elle pertencia á gera??o, agora bem rareada, que antepunha aos deveres da Politica os deveres da gratid?o:-e além da sympathia que lhe merecia o Snr. Gon?alo Ramires (pelo

Snr. Gon?alo Mendes Ram

te, Snr. Visc

rra?o gradeado d'onde se curva uma magnolia), deixou escapar uma péla para a estrada. O Snr. Gon?alo Mendes Ramires, rindo, apeou immediatame

n?o se

sim, a

ediu um cravo, que ella escolheu-e que lhe deu, toda séria, como uma senhora. E elle, que observára da janella do seu quarto, pensava:-?Ora ahi está! Este Fidalgo da Torre, u

Mendes Ramires n

conde, com eff

Torre um precioso cesto de rosas, com o seu bilhete, e n'uma linha

pulou na cadei

onde, perfeitamente!

to retirado... N'essa manh? porém, em Villa Clara, soubera pelo Gouveia que S. Ex.a se apresentava deputado pelo Circulo. Apezar de ser elei??o t?o segura, já pela influencia d

rmurou, en

e podia sensibilisar mais do que

?o fallemos mais n'esse meu pobre prestimo e n'esses meus

dos Ramires; e gabou sinceramente o laranjal. Depois, sabendo que o Pereira da Riosa arrendára a quinta, invejou ao Snr. Ramires t?o cuidadoso e honrado rendeiro...-Deante do port?o, o char-à-bancs do Visconde esperava, atrelado de duas mulas lustrosas e nedias. Gon?alo admirou as mulas. E, abrin

ponho a ensinar á Snr.a D. Rosa, se ella o n

anhado de gosto e riso, c

o homem, que paga rosas com votos! Ora vejam como ás vezes, por uma pequenina atten??o, se

ripto, o cesto sentimental dos pêcegos da D. Anna-e accendeu um charuto, e saltou á almofad

senhores. Os senhores todos muito bem, gra?as a Deus... O Snr. José Barr?lo partir

r. Padr

reio que está para casa

nr.a D

ho grande para o Mirante, de chapeu...

a Copa que o ponha na mesa, assim mesmo no cesto, co

rdou logo n'uma gaveta da commoda a pasta preciosa de marroquim. Uma creada de olhos repolhudos entrára com o jarr?o d'agua quente:-e o Fidalgo, como sempre, chasqueou a mo?a sobre os lindos sargentos de Cavallaria, cujo quartel tentador dominava o lavadouro da quinta, e retinha as raparigas da casa ensaboando todo o dia

redor, crusou o

. Barr?lo ho

?o das Marges, na quinta... S?o os annos

te, circumdado de bancos de pedra, d'arvores de aroma e fl?r, cantava dormentemente o fino repuxo n'um tanque redondo, de borda larga, onde s'espa?avam grossos vasos de lou?a branca com o braz?o ramalhudo dos Sás. Certamente na véspera ou de manh? se lavára o tanque, por que na agoa muito transparente, sobre as lages muito claras, nadavam com redobrada vivacidade, em lampejos rosados, os

ncovada rua das Tecedeiras, quasi em frente á Capella das Monicas. E Gon?alo, sem pressa, descia-quando, atravez da persiana rala, sentiu dentro do Mirante um susurro, um cochichar perturbado. Sorrindo, pensou que alguma das creadas da casa se refugiára n'esse Templosinho de Amor com um dos sargentos terriveis de Cavallaria... Mas, n?o! impossivel! Pois se, momentos antes, Gracinha ro?ára aquella janella e pisára aquella escada, no seu caminho para as Monicas! E ent?o outra idéa o varou como uma espada-e t?o dolorosa que recuou com terror da beira do Mirante d'onde ella perv

os sapatos leves no saibro molle, costeou o repuxo por sob a ramaria dos arbustos, remergulhou na escurid?o dos loureiros, deslisou surrateiramente por traz da e

to enroscado, raspando as lages, batendo as barbas dos Santos sobre o portal da Egreja de S. Matheus, redemoinhando nos telhados musgosos da Cordoaria...-?N?o, n?o, que loucura! Sim, sim! meu amor!? Ent?o Gon?alo sentiu a anciedade desesperada d'escapar para longe, para immensamente longe do

n?alo recordou o divan que guarnecia o Mirante. Era enorme, de mogno, todo coberto de riscadinho, com mollas lassas que rangiam. E de repente o murmurio recome?ou, cresce

gritou para dentro, pa

erno! n?o acaba

rgar, me

enterrou no fundo, bem sumido, esmagado, com a sensa??o que o Mundo tremera, e as mais fortes almas se abati

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